Dão Adega de Penalva
Dão é terra de vinho, de história e de contrastes. O terreno acidentado, onde a todo o momento se distingue um cabeço, se vê um socalco repleto de vinha e se cultiva uma terra chã, proporciona uma paisagem rica e sempre renovada. A grande montanha espreita na linha do horizonte. Os rios e ribeiros, de águas frias e transparentes , rolam mais pedra que areia . O ar que se respira é puro e cheira a pinheiro. A gente, boa por natureza, sabe receber quem vem de fora. O acidentado do terreno, o minifúndio e o exuberante revestimento vegetal, com verde de todos os matizes, contribuem para o quase anonimato da vinha na paisagem. E, no entanto, as videiras estão lá, em número superior a 75 milhões de cepas. As lagaretas escavadas no granito e muitos vestígios da presença romana testemunham a tradição milenar da produção de vinho na região. A forte implantação de ordens religiosas permite atribuir aos monges agricultores da Idade Média a origem do saber popular com que, ainda hoje, se cultiva a vinha e fabrica o vinho no Dão. As referências à vinha e ao vinho nos forais de quase todos os concelhos, nas posturas municipais, particularmente no concelho de Penalva do Castelo, atestam a sua grande importância social, económica e religiosa ao longo da história. É este o retrato da primeira região demarcada de vinhos de pasto a ser regulamentada em Portugal, no ano de 1910.